Grandes Esperanças

Era uma vez em um reino muito distante uma princesa feliz e cheia de sonhos. Acreditava na possibilidade de se ser feliz eternamente; de vencer pelo esforço, de crescer pelo trabalho, de lutar com ternura; e melhorar o mundo, as pessoas e a si mesma.
Mas eis que um belo dia, como que num passe de mágica a princesa acordou de um sono profundo. Não um sono provocado, mas o sono daqueles que não querem acordar. Daquelas pessoas que preferem cobrir o rosto com o travesseiro, a admitir que já é de manhã e que é preciso levantar.
E a princesa tristemente olhou para os lados, lacrimejou, olhou com indiferença o mundo malvado e cresceu. Passou a olhar o mundo com os olhos de um homem desiludido, sem ilusões, sem grandes aspirações.
É a vida; não é mesmo.
Tão bela, tão frágil e tão doce. Capaz de nos magoar com um simples arquear de sobrancelhas.